Saudações
leitores!
Chegou o
novo ano (e o Mestre dos Magos nos deixou passar heheh), mas eu ainda preciso
fazer alguns post’s relativos ao ano passado como o meu Top 10 – que ainda vou
fazer – e a resenha de Mistério de Natal do meu autor favorito Jostein Gaarder.
Este
livro estava em minha estante a algum tempo, mas por ironia do destino (pois
2016 foi um ano de muitas leituras conjuntas e poucas individuais), eu não
havia lido ele. Maaas, este livro calçou como uma luva para ser lido neste
Natal.
Sinopse: Durante os 24 dias anteriores à noite de Natal,
o menino Joaquim acompanha um grupo de peregrinos que voltam no tempo para
chegar a Belém, onde vão homenagear um recém-nascido. Uma fábula sobre a
tolerância, na qual o autor de O mundo de Sofia traça um roteiro histórico do
cristianismo.
Gaarder,
Jostein. Mistério de Natal. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 2007. 254p.
Título original: The Christmas Mystery.
Nota: ☆☆☆☆☆
Eu
confesso que comecei a ler com bastante expectativas pois amo a escrita do
Jostein. O autor não escreve apenas uma simples narrativa, seu texto é inteligente
e recheado de conhecimento, seus personagens são marcados pela característica
de buscar um saber ou descobrir algum mistério. E sua escrita é envolvente e
fluida.
O livro
começa com Joaquim e seu pai em busca de um calendário de Natal no último dia
de novembro. Eles só tinham este dia para comprar o calendário mágico, pois na
tradição norueguesa (seguida sempre à risca) os calendários possuem portinhas
que devem ser abertas sempre no dia correspondente, até a chegada do Natal.
A dupla
chega a uma livraria onde encontram alguns modelos, mas Joaquim logo vê um
calendário bem antigo, de aparência velha e algo o liga ao calendário e ele
pede ao pai que seja aquele. O dono da livraria diz que ele havia sido deixado
ali por João, um vendedor de flores, mas acaba vendendo o calendário para eles.
Onde estivera aquele calendário de Natal por mais de quarenta anos? E o que aconteceria quando ele abrisse a primeira porta, dali a pouquinho?
Ansiosos
para abrir as portinhas todos dormem cedo. No outro dia Joaquim é o primeiro a
acordar, ele abre a primeira porta e vê a imagem de uma loja de brinquedos e
para sua surpresa cai um papelzinho de dentro do calendário.
Joaquim
então começa a fazer uma viagem no tempo, o primeiro papelzinho conta a
história de uma menininha, Elisabet, que estava em uma loja de departamentos e
que de repente começa a correr atrás de um cordeirinho que sai do meio de uma pilha
de ursinhos de pelúcias, que para seu espanto parece ter ganhado vida.
Logo à
frente Elisabet encontra um anjo chamado Efiriel que lhe explica que ela fará
parte da peregrinação que voltará no tempo para chegar à cidade de Belém, onde
vão homenagear o nascimento do menino Jesus. E atravessando continentes e
séculos, o número de peregrinos começa a aumentar com direito a pastores e os
Três Reis Magos, ou reis do Oriente.
Aparentemente
a história parece boba, mas o autor recheia as páginas de acontecimentos
históricos e curiosidades históricas como por exemplo: na cidade de Mira, nasceu o bispo Nicolau, o primeiro Papai
Noel da história, e foi em Antióquia, na Síria, que se usou pela primeira vez a
palavra cristão.
Inicialmente, Joaquim guarda os papeizinhos do calendário só
para si, mas não consegue esconder por muito tempo e seus pais começam a fazer
parte da viagem juntamente com ele. Os três se empolgam tanto que começam a
pesquisar a rota dos peregrinos em atlas e mapas, e posso dizer que o livro
desperta em nós o mesmo desejo de buscar um conhecimento mais profundo sobre
vários acontecimentos da história do mundo.
Jostein nos presenteia com um livro que nos encanta, nos
ensina e nos faz refletir sobre muitas de nossas ações:
Disse o anjo Impuriel chorando: nós estamos sempre dizendo ‘a paz esteja contigo’ e ‘paz na terra’. Mas parece que os seres humanos nunca aprendem que não devem brigar. Ainda que uma das últimas coisas que Jesus disse antes de ser preso tenha sido que aqueles que vivem pela espada irão perecer pela espada.
Terminada a viagem, Joaquim e seus pais têm o coração tomado
de amor e ficam convencidos de que o Natal é a festa de aniversário
mais bonita do mundo, pois ele transpõe séculos e permanece tão vivo até hoje
como no dia em que brilhou no céu aquela estrela em Belém!
Carpe Diem!
